Depoimentos



Autor: Jussiara Rocha
Data: 01Jun05
Fonte: E-mail

Título: Um ano Rebas

Domingo, completou um ano que fiz a minha primeira trilha.

Comprei a bike no sábado, dia 29/05 e no domingo dia 30/05, meu querido irmão Kleber me levou para fazer a trilha da Bundinha. A trilha era a Bundinha e Taboquinha juntas. Eu, achando que ia abafar já que não era sedentária há mais de um ano. Afinal de contas eu tinha vencido a obesidade mórbida e um problema de tireóide.

Quase morri...Meu rosto latejava e meu irmão sorria...Vi que a coisa era muito mais pesada que eu imaginava, mas apesar do meu estado, me diverti bastante. E claro, me apaixonei !!! Algumas pessoas ficaram bem gravadas na minha cabeça naquela minha primeira trilha e guardo esta lembrança com muito carinho. Sem dúvida o que mais me marcou foi a receptividade do Bob e os cuidados do Marcelino como limpa-trilha.

Não vou contar trilha a trilha, mas a segunda merece um destaque: Planaltina Histórica. A coordenação recebeu o convite para a trilha de Planaltina como fácil e lá fui eu, acompanhada do meu irmão e da minha amigona Andréa que convidei para experimentar a tal brincadeira.

Levei um tombão empurrando a bike numa vala. Cai sentada, acertei uma pedra e torci o tornozelo. Uma dezena de pessoas me socorreu, inclusive pessoas dispostas a me carregarem no colo!!! Imagina eu, deste tamanhinho, no Vale Perdido que não entra carro sendo carregada???? E o que era pior: além de me carregarem seria necessário outros para carregar as bikes, tanto a minha como a de quem estava me carregando. Situação complicadíssima. Derramei algumas lagrimas na hora, mas a vontade era de abrir o berreiro e gritar de dor. Ao contrário, subi na bike e pedalei com um pé só até onde eu poderia esperar meu irmão buscar o carro.

Cuidei do tornozelo com todo zelo e ontem ele doeu, acho que porque o tempo esfriou e também para me lembrar de tudo que ocorreu após a queda. Esta queda me aproximou muito dos Rebas.

Antes de qualquer trilha eu procurava me informar sobre o nível de dificuldade e quais cuidados deveriam ser tomados, ligava para o Bob e ele me informava como eu deveria proceder. Depois ele me ligava querendo saber o que eu tinha achado da trilha e desta maneira vieram os convites para os primeiros exploratórios.

Uma exigência para a dimensão que o grupo estava tomando. E com isto, foi crescendo uma amizade e um compromisso meu com o Rebas naturalmente.

Tenho fama de chorona e foram muitas as lagrimas derramadas neste ano REBAS...Lagrimas de dor, lagrimas por ter ficado para trás e me sentindo um cachorrinho que caiu da mudança. Lagrimas pela perda de um grande amigo e que até hoje não consigo entender como podia gostar tanto de uma pessoa com tão pouco tempo de

Muitas lágrimas de alegria, pela superação minha e dos iniciantes, lágrimas no CEEDV, lágrimas pela incompreensão da família e amigos que exigiam minha companhia, quando o que eu mais queria era pedalar, pedalar....por brincadeiras que me pegaram fragilizada....por email, com relatos emocionados.

Enfim, acho que dava para encher uns dois baldes!!!! Um saldo muito positivo.

Os amigos que fiz e que quero cultivar pela vida toda é o maior ganho. Não preciso citar nomes, porque eles sabem disto e já tive oportunidade de falar isto para eles.

O avanço no pedal não é assim....tão perceptível. Concentro minhas energias em outras coisas... Oba!! Agora, tenho minha filha junto nas trilhas...

Os sentimentos de solidariedade e companheirismo também aumentaram e com estes posso encher dois tonéis. Minha auto-estima foi às alturas. Em dificuldades, seja de qualquer natureza, sempre me lembro que se posso chegar pedalando em Piri ou em Alto-Paraíso...Eu posso muito mais!!!!

Um beijo a todos,

Ju